quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Globalização : face contemporânea do mundo capitalista



Por globalização entende-se um processo de internacionalização do mundo capitalista em  uma escala sem precedente, onde a expansão técnica, principalmente as da tecnologia da informação,  permitiram a criação de um mercado global cuja maior característica é a convergência do tempo no sentido da simultaneidade  das ações.

Esta fase de mundialização do capitalismo traz consequências diretas para o viver cotidiano, sendo   a mais evidente delas a velocidade de transformação da sociedade nos seus diversos níveis: econômicos, culturais, sociais e políticos. É de fato um tempo de transformação acelerada, mas extremamente confusa. Muito disso se deve as constantes distorções  que são criadas para que as rodadas de lucratividade em escala global assumam um caráter de legitimidade, fazendo de seus resíduos, não um ponto chave de contestação, mas sim de passividade e aceitação como “mal necessário”.

Tem-se então uma noção ideológica, romantizada da globalização em que o mundo estaria mais unido, rumo a uma cidadania universal , o Estado perde seu  papel  fundamental como agente regulador da economia e dos serviços essenciais ,o mercado de finanças tornou-se o mais novo bastião da acumulação de capital independente da natureza econômica e política de suas práticas e organiza-se um culto ao consumo como forma de garantia de identidade.

Estes elementos mascaram situações reais que se desenvolvem e amadurecem conjuntamente com a forma mundializada do mercado capitalista, tais como: O desemprego, variável crônica que persiste,  aumento da pobreza, redução dos salários médios, problemas em oferecer serviços públicos essenciais de qualidade a população e intensificação de padrões competitivos tanto em escala interpessoal como em escala corporativa.

A perversidade sistêmica  apresentada, faz  com que as pessoas sintam-se desamparadas , a noção de bem público e solidariedade se esvaem , O estado diminuído em suas funções sociais contribui para a ampliação da pobreza e as empresas cada vez mais ampliam seu papel político na regulação da vida social.Informação e dinheiro, tornam-se fatores ideológicos para ação global, são eles os pilares que sustentam o padrão competitivo entre as empresas, pois a produção contemporânea  ocorre em nível planetário e a busca por melhores opções leva-as a produzir dois efeitos: primeiro é o incremento constante de progresso técnico e segundo a flexibilização das leis trabalhistas, bem como nas formas e condições de trabalho.

 As consequências dessa atividade nas relações interpessoais são diversas, mas podemos citar tanto a competitividade que assola e retira das pessoas a compaixão, fazendo com que cada vez mais apoiem  os apelos à medidas de força,  como também ao individualismo marcado pelo consumo. Bombardeados pela propaganda, as pessoas assumem necessidades a priori, e cada vez mais contribuem para um processo de uniformização de padrões  de comportamento.